Quando o rótulo limita mais do que orienta: Uma reflexão sobre suporte no autismo e TDAH

 


Quando o rótulo limita mais do que orienta: suporte no Autismo e TDAH na vida adulta


Você se sente inadequado mesmo tentando dar o seu melhor?

Muitos adultos autistas ou com TDAH chegam ao diagnóstico depois de anos lidando com dificuldades silenciosas, não compreendidas por quem está ao redor. Apesar de o diagnóstico ser um ponto importante para acessar direitos e iniciar intervenções, rotular vivências complexas com termos genéricos pode mais limitar do que orientar.

Neste texto, te convido a refletir sobre os desafios de enquadrar o funcionamento neurodivergente em classificações fixas como os “níveis de suporte” do DSM-5 ou termos como “leve” e “severo” no TDAH, e por que a escuta individualizada faz toda a diferença na prática clínica.


📚 Diagnóstico é ponto de partida, não definição

O DSM-5 classifica o autismo em três níveis de suporte, baseando-se na quantidade de ajuda necessária para comunicação social e comportamentos repetitivos. o CID-11, utilizado globalmente, propõe uma visão mais funcional e contextualizada, considerando o impacto do transtorno em diferentes áreas da vida, focando se há ou não presença de Deficiência Intelectual ou comprometimento da linguagem funcional.

Estudos como os de Bölte et al. (2019) e Georgiades et al. (2013) criticam o uso rígido dessas categorias, alertando que o suporte necessário pode variar conforme o ambiente, a fase da vida e os recursos disponíveis ao redor da pessoa.

No TDAH, apesar da ausência de níveis oficiais, expressões como “leve” ou “grave” são comuns. Porém, essas descrições ignoram o esforço interno de quem convive com desatenção, desorganização ou impulsividade crônica, muitas vezes mascaradas por estratégias compensatórias.


🧠 Por que isso importa na vida real?

Uma pessoa autista considerada “nível 1” por parecer funcional em ambientes estruturados pode enfrentar exaustão intensa em interações sociais ou em contextos imprevisíveis. um adulto com TDAH pode aparentar controle, mas conviver com culpa constante, procrastinação ou crises de autoestima por não conseguir manter o ritmo esperado.

Na prática clínica, reduzir a escuta a um número ou adjetivo significa ignorar nuances fundamentais. Cada pessoa tem uma história, vivências e recursos próprios. Por isso, o planejamento terapêutico precisa ir além da classificação diagnóstica e se basear em estratégias personalizadas.


🛠️ TCC e ABA no acolhimento de adultos neurodivergentes

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) oferece ferramentas para trabalhar pensamentos disfuncionais e desenvolver habilidades de autorregulação emocional. É especialmente útil no manejo da ansiedade, culpa e autocrítica comum em adultos neurodivergentes.

a Análise do Comportamento (ABA), por meio da análise funcional, permite entender os contextos que mantêm certos comportamentos, oferecendo intervenções personalizadas para promover autonomia e bem-estar, mas com o cuidado ético de não impor padrões normativos.


🌱 Diagnóstico não define quem você é

Mais importante do que o “rótulo” é como você se sente, o que deseja mudar e como podemos construir caminhos juntos. Se você se identificou com este conteúdo, talvez esteja na hora de pensar em um espaço terapêutico onde sua singularidade seja respeitada.


💬 Psicoterapia para adultos com Autismo e TDAH

Se você é adulto e convive com autismo ou TDAH, ou suspeita disso, a psicoterapia pode te ajudar a entender melhor seu funcionamento, desenvolver estratégias para o dia a dia e aliviar o peso da autocobrança. Na psicoterapia baseada em ciência e respeito à neurodiversidade, o ponto de partida não é a gravidade do diagnóstico, mas a escuta ética da experiência única de cada pessoa. Em vez de aplicar protocolos fechados, construímos estratégias individualizadas que valorizam o ritmo, os valores e os objetivos do indivíduo.

Esse processo pode envolver:

  • Psicoeducação sobre autismo e TDAH na vida adulta

  • Desenvolvimento de habilidades práticas para o cotidiano

  • Acolhimento das dificuldades emocionais e sociais

  • Fortalecimento da autoestima e da autocompreensão

Muitos adultos autistas ou com TDAH cresceram com a sensação de serem “errados” por funcionarem de forma diferente. Na vida adulta, esse sentimento pode persistir e se manifestar como ansiedade, exaustão, culpa ou isolamento. Um espaço terapêutico seguro, informado por ciência e por empatia, pode ser o primeiro passo para reescrever essa narrativa.

Se você  busca compreender melhor seu funcionamento, desenvolver estratégias para o dia a dia e viver com mais leveza, a psicoterapia pode ser um espaço acolhedor e transformador

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